Tem jantado fora à sexta-feira?

Se sim, saiba que o presidente da comissão executiva do Santander Portugal, Pedro Castro e Almeida, não acha boa ideia esse seu “estilo de vida”.

Pedro Castro Almeida mostrou-se “preocupado” com o “elevado padrão de consumo dos portugueses” que, apesar da inflação e da necessidade de apertar o cinto, continuam a “jantar fora à sexta-feira”.

Aparentemente um profundo conhecedor da realidade social do país, acrescentou que na classe média e média alta há pessoas com dificuldades financeiras, “mas não passam fome”.

Sobre os lucros do Santander terem quase duplicado em 2022 face a 2021, Castro Almeida pediu calma nas avaliações, desabafando: “Lá estamos nós em Portugal a demonizar quem tem um bom ordenado ou quem tem lucros”, acrescentando que “a revolução já lá vai há muito tempo”.

Concordo. Se é para demonizar alguém, que seja quem continua a jantar fora à sexta-feira à noite. É por isso que, como diz a Dona Laurinda, minha vizinha do 3.º esquerdo: “este país não vai para a frente”.

Já há dias, Isabel Jonet, fundadora do Banco Alimentar tinha alertado para o facto de “os pobres” terem uma “tendência natural para gastar o dinheiro malgasto”. Não podemos dizer que não nos tivesse já alertado para esta calamidade: há cerca de dez anos, criticou “os pobres” que insistem em querer comer bife quando lhes falta o básico.

Se o Presidente da comissão executiva do Santander diz que “a revolução já lá vai há muito”, eu digo que a revolução é quando um homem quiser. E eu quero!

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Perca a cabeça: pelas minhas contas, com este valor compra cerca de 50 Kg de bife da vazia.

Boa semana.

Gustavo Sousa