“Tem o que é necessário para fazer o impossível?”
A pergunta é feita pelo Gabinete de Operações do vice-presidente da câmara de Nova Iorque, num anúncio de recrutamento, publicado há dias.
Os serviços que gerem a cidade, procuram alguém com experiência em “planeamento urbano, gestão de projetos ou órgãos governamentais, astuto, com sentido de humor, muito motivado e um tanto sanguinário”.
Conhece alguém que corresponde a este perfil?
Já agora, saiba que competências em Microsoft Word, Excel e PowerPoint, uma licenciatura e uma casa na cidade de Nova Iorque também figuram na lista de requisitos.
E mentalize-se já: este não é um trabalho das 9h às 17h, mas sim uma ocupação 24 horas por dia, sete dias por semana.
Não, não procuram um político, mas sim um Diretor de Mitigação de Roedores.
Por outras palavras: Nova Iorque precisa urgentemente de um exterminador (implacável) de ratos – também já conhecido na imprensa como “czar dos ratos”.
Em troca, estão dispostos a pagar entre 120 e 170 mil euros, para terminar com a praga de roedores que afeta a Big Apple.
Parece-lhe uma proposta tentadora?
“Isto não é o Ratatouille”, disse um membro do conselho municipal de Nova Iorque, durante uma conferência de imprensa em outubro (numa referência ao filme animado da Pixar sobre um rato que sabe cozinhar). “Os ratos não são nossos amigos.”
Se tem o que é preciso e está interessado, pode consultar os detalhes do anúncio aqui.
Se é dos que prefere ganhar dinheiro sem ter de sujar as mãos e dispõe de alguma criatividade, pode sempre tentar seguir o exemplo de Amanda Ramirez, uma americana que processou a empresa Kraft, a maior empresa alimentar dos Estados Unidos e a segunda no mundo.
Porquê? Na embalagem de macarrão com queijo que comprou mencionava que a refeição ficaria pronta, no micro-ondas, “em 3,5 minutos”. Na ação judicial que interpôs, num tribunal da Florida, alega que o tempo anunciado não corresponde ao tempo real de preparação, porque não contabiliza muitas das ações necessárias: abrir a tampa, rasgar o pacote do queijo, despejar esse pó na embalagem, colocar água a ferver e mexer tudo. Agora quer cinco milhões de dólares da empresa que produz esta refeição.
Deixo-lhe, pois, duas opções de carreira. Boa sorte.
Eu continuo a preferir macarrão com queijo confecionado, lentamente, da forma tradicional. As refeições e as fórmulas instantâneas não me seduzem. Como também não tenho instinto sanguinário ou casa em Nova Iorque, vou continuar por cá, a fazer o que sei, sem atalhos.
Tem um imóvel para venda? Fale comigo.
Até breve!
Gustavo Sousa