No rescaldo do Dia do Trabalhador, e fugindo dos títulos cada vez mais cómicos (Ninja do Serviço de Apoio ao Cliente), longos e indecifráveis (Mental Coaching Guru) que vão surgindo para designar novos (e não tão novos) cargos e profissões, decidi revisitar algumas das profissões mais estranhas do mundo. Quem sabe se a carreira de um nós não passará, num futuro próximo, por aqui?
Comecemos por um emprego de sonho para muitos: um hotel finlandês tem nos seus quadros de pessoal um “Dorminhoco Profissional” que tem como função dormir num quarto diferente todas as noites, para avaliar o conforto das camas e ajudar a melhorar a experiência dos hóspedes.
Se dormir é uma das suas melhores competências, saiba que a NASA também a valoriza. Com o objetivo de analisar os efeitos da imobilidade prolongada nos seres humanos, a agência pagou mais de 13 mil euros a voluntários que se predispuseram a dormir durante 70 dias.
Quem também gosta bastante de sestas são os pandas, uma espécie em perigo e assumidamente difíceis de criar. O Centro de Proteção e Pesquisa do Panda Gigante da China, em Ya’an, província de Sichuan, emprega “Abraçadores de Pandas”, cuja responsabilidade é abraçar, embalar e mimar pandas. Se isto não é uma profissão amorosa, não sei o que será.
Não tem paciência para esperar em filas? Também já existe uma solução para isso. No Reino Unido existem “Filas Profissionais”: jovens que esperam nas filas, especialmente em ocasiões em que a Apple lança novos produtos ou em datas como a Black Friday. A sua paciência pode valer um pouco mais de 100 euros por dia.
Era já bastante conhecida na China, e em alguns países africanos e do Médio Oriente, e agora é também popular no Reino Unido: falo dos “Lamentadores Profissionais”, que por cerca de 50 euros por hora aparecem em funerais para engrossar o número de pessoas presentes e para chorar, quando necessário. Pode até acrescentar, entre soluços, “Era tão boa pessoa”.
Imagine que quer saber o que anda a ser dito sobre a sua marca nas redes sociais e não sabe por onde deve começar. Eu explico: só tem de contratar um “Diretor de Escuta”, um “profissional” responsável por “ouvir” as conversas que ocorrem sobre a sua marca e produtos nas redes sociais. Mas olhe que isso não lhe vai ficar nada barato: esta profissão tem um salário médio na ordem dos 68 mil euros – convenhamos que “chafurdar”, neste momento, nas caixas de comentários das redes sociais não é uma tarefa nada fácil e pode deixar qualquer um à beira de um ataque de nervos.
Eu também tenho uma proposta para lhe fazer. Quer ganhar 1.000€?
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Fale comigo e coloque-me em contacto com essa pessoa.
Recebe 1.000€ com o fecho do negócio, ou seja, assim que o imóvel seja vendido. Não é uma fortuna, mas, quem sabe, não é o início de uma brilhante carreira?
Boa semana.