“Cuca é a coca do fado” foi com este título que o conhecido empresário portuense Manuel Serrão assinou um artigo de opinião no Jornal de Notícias, enaltecendo as qualidades da fadista Cuca Roseta. Já muita tinta correu sobre a escolha de palavras, mas a fadista ficou satisfeita e, no fundo, é isso que importa.
Ainda sobre satisfação e noção (ou a falta delas): o empresário norte-americano Elon Musk fez, em junho, um ultimato aos trabalhadores da Tesla, exigindo que trabalhem a partir do escritório pelo menos 40 horas por semana, caso contrário, deviam sair da empresa porque o teletrabalho é “fingir que se trabalha”.
(Um minuto de silêncio em honra de todos aqueles que, em teletrabalho, tantas vezes fazem das tripas coração e trabalham mais do que se estivessem fechados entre as quatro paredes de um escritório.)
No desporto onde dificilmente se consegue fingir que se trabalha, Roger Federer decidiu terminar a sua carreira, afirmando que foi uma “viagem perfeita” e que faria tudo de novo. Para a história, fica um percurso invejável e várias lições que cada um de nós lerá conforme o nosso contexto.
Alguém disse um dia que ver Federer jogar é como “o raio de uma experiência quase religiosa” (se tiver curiosidade, não deixe de ler o ensaio de David Foster Wallace sobre Federer. É brilhante!).
Um dos momentos altos da despedida do tenista foi, sem dúvida, a reação do seu adversário, Rafael Nadal, que chorou compulsivamente, demonstrando que os grandes, precisam de se rodear dos melhores para continuarem muito bons.
A experiência e a inteligência emocional ensinam-nos (se as soubermos ouvir), que a concorrência não é algo que devamos eliminar ou evitar. Profissionais competentes elevam a fasquia de qualquer área (seja no desporto, na música ou, no meu caso, no setor imobiliário). Em nada ganhamos com o facto de os nossos concorrentes serem fracos ou se pautarem pela mediocridade. Além de não dignificarem a área em que trabalham, levam, muitas vezes, os restantes a relaxarem e a acreditarem ser “os maiores da sua rua”.
Concorrentes competentes, que respeitam as regras e se dão ao trabalho de correr “the extra mile”, mantêm-nos alertas e exigentes. Bons concorrentes, tornam-nos melhores profissionais.
Hoje, tal como quando comecei, não pretende ser “o maior” (nem tão pouco a “coca do setor imobiliário”): quero ser o melhor.
Se tem um imóvel para venda, fale comigo. Não lhe prometo uma experiência religiosa, mas garanto-lhe correr “the extra mile”.
Até breve!
Gustavo Sousa