Enquanto nos despedíamos de 2022 e 2023 entrava de rompante nas nossas vidas, houve boas e más notícias: terminou mais uma edição do Big Brother e a TVI considerou que merecíamos um novo reality show. Desta vez, juntaram cinco ex-casais, que vão tentar retomar as suas relações… em direto. Ante esta hipótese de ter ex-casais a lavar roupa suja em direto, somos imediatamente assaltados pela vontade de voltar novamente para 2022.
Mas é tempo de avançar e deixar 2022 no álbum de memórias. Se sente o profundo alívio por deixar de ouvir da Mariah Carey a cantar “All I want for Christmas is you” em todo o lado, saiba que há quem leve o seu ódio pelas canções de Natal a outro nível: um casal sueco, que odeia o clássico dos anos 80, “Last Christmas” dos Wham!, está a tentar angariar os milhões de euros necessários para comprar os direitos da canção e garantirem que nunca mais a voltam a ouvir. Não deixo de me surpreender com a energia que algumas pessoas gastam a combater os seus ódios de estimação.
Ainda no campo da energia, no passado dia 23 de dezembro, um consultório médico, que pretendia desejar feliz Natal aos seus pacientes, em vez disso, enganou-se e enviou uma mensagem em que se lia: “Diagnóstico – cancro do pulmão agressivo com metástases. Obrigado.”
Adicionalmente, solicitavam que os doentes preenchessem um formulário para pessoas com doenças terminais. 20 minutos depois, seguiu-se nova mensagem com um pedido de desculpas do consultório: “Por favor, aceite as nossas sinceras desculpas pela mensagem de texto enviada anteriormente. Foi enviada por engano. A nossa mensagem para si deveria ter sido: ‘Desejamos um feliz Natal e um próspero Ano Novo””.
Para mim, o pormenor a reter é o agradecimento no final de um diagnóstico terminal.
Afinal, o mundo não está completamente perdido.
Prova disso foi o que ocorreu na África do Sul, nos Phily’s Games, uma competição amadora que é transmitida na televisão: os jogadores do Isithembiso FC deitaram-se no chão, como se tivessem desmaiado, para permitir ao adversário, o Phanda, marcar um golo de consolação.
É uma bela forma de começar 2023.
Se, como eu, já está de regresso às competições, no campeonato dos desassossegos e projetos, desejo-lhe um ano cheio de golos (de consolação ou não), mas, acima de tudo, que 2023 seja um espetáculo digno de ser visto.
Bom ano.
Gustavo Sousa