Ainda setembro, acabado de chegar, se estava a ambientar aos primeiros dias e já a nossa fé na humanidade era testada com a transmissão em direto, pela TVI, do casamento de Bruno de Carvalho. “Nada disto é encenado”, garantiu o ex-presidente do Sporting, “estrela” de reality show e, recentemente assumido, DJ.
Felizmente existe o zapping.
O que certamente não foi encenado foi a prestação da gigante do ténis Serena Williams, que deu a sua carreira por terminada na passada semana, ao ser eliminada do Open dos Estados Unidos. Embora possa não ser consensual considerá-la a melhor tenista da história, é inquestionavelmente a desportista mais mediática de sempre e a que mais dinheiro fez. De acordo com a Forbes, já arrecadou mais de 94 milhões de euros em prémios de carreira, o dobro de qualquer outra atleta na história.
Não há como não respeitar o percurso e a tenacidade desta mulher.
Começou a jogar ténis num ghetto, em Los Angeles, com um objetivo: ser a número um do mundo. Teve de se afastar dos courts diversas vezes – aquando da morte da irmã, Yetunde (2003); ou quando, devido a complicações decorrentes do parto, sofreu uma embolia pulmonar e esteve às portas da morte (2017).
Ainda assim, a sua audácia abana as mentalidades acomodadas: “Tens de acreditar em ti. Pôr no céu a fasquia dos sonhos não é sonhar demasiado alto”, afirmou. “Não tenham medo de estabelecer objetivos ambiciosos”.
Curiosamente, dá a carreira por terminada com o seu mais longo encontro de sempre: três horas e cinco minutos. Pela última vez, tivemos o privilégio de testemunhar a força e o espírito de Serena, quando ganhou o segundo set no tie-break.
Vai ficar, também, para a posteridade, a resposta que deu, quando, no final do jogo, uma jornalista lhe perguntou se estava surpreendida com a sua excelente forma. Serena hesitou, riu-se da pergunta e respondeu: “Quer dizer, eu sou a Serena”. (I mean, I’am just Serena, you Know). São cerca de 3 minutos que valem ouro. Serena a desarmar-nos com a simplicidade com que explica que é boa naquilo que faz e que trabalha para conseguir os resultados que tem. Tão simples quanto isto.
Perdoem-me os paladinos da falsa modéstia e da velha moral de trazer por casa: sejamos todos Serena Williams.
Eu sou o Gustavo e, se tem um imóvel para venda, fale comigo.
Até breve!
Gustavo Sousa