Dizem as gordas (nome carinhoso pelo qual são referidas as manchetes dos jornais), que a Ana Malhoa está de volta “mais turbinada do que nunca”.
De semana para semana, só vos trago boas notícias, verdade?
Quem também voltou “turbinado” foi Elon Musk (um habitué nas nossas conversas), desta vez, para, finalmente, comprar o Twitter. Antes da conclusão do negócio, partilhou um vídeo a entrar na sede da empresa com um lavatório (“sink”, em inglês).
“Let that sink in”, disse (expressão que pode ser traduzida como “pensem nisso”).
Eu tenho pensado.
No ativismo, por exemplo. Nos dias que correm, até os ativistas têm de se reinventar para chegar ao público. Já não basta uma marcha de protesto, umas faixas e cartazes com palavras de ordem furiosamente rabiscadas ou simplesmente tirar a roupa toda e mostrar, em frente às câmaras de televisão, o que deus nos deu (e o ginásio ajudou a conservar).
A tendência dos ambientalistas, nos últimos tempos, consiste em atirar alimentos (sopa de tomate, puré de batata e tartes) a quadros famosos. Para quê? Para que o governo britânico interrompa a produção e a extração de combustíveis fósseis.
Van Gogh, Monet, Picasso e Da Vinci estão, certamente, a dar voltas no túmulo. Consigo facilmente imaginar Van Gogh a desabafar: “Tanto trabalho para agora estar a apanhar com sopa nos girassóis!”.
Por cá, já se começa a pensar se não devíamos também adotar esta forma de protesto para alertar para alguns problemas.
As Finanças demoram muito a reembolsar o IRS? Atiremos contra a sua sede umas tripas à moda do Porto!
A TAP continua a apresentar prejuízos? Tudo para os aeroportos depositar cozido à portuguesa nos balcões de informações!
Há denúncias que apontam o dedo ao clero? Que chovam natas do céu nas igrejas!
Eu, ativista, me confesso.
Continuo ativamente a fazer o que está ao meu alcance para tornar os meus dias, e dos que se cruzam comigo, melhores. Sermos bons seres humanos dá muito menos trabalho e consome muito menos energia do que sermos uma espécie a evitar.
Não uso sopa de tomate ou puré de batata. Só a minha experiência, a minha rede de contactos e uma determinação incansável.
Tem um imóvel para venda? Fale comigo.
Até breve!
Gustavo Sousa